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Janta 1 - Comida é Amor

Em Janta 1, primeiro solo do projeto JANTA do Grupo Liquidificador, a anfitriã está de coração partido e precisa dos amigos por perto para tentar expurgar um pouco a dor. Os amigos: o público. A plateia é a convidada da atriz Karinne Ribeiro para uma noite de conversas, desabafos e confissões amorosas, tudo ao sabor de um delicioso escondidinho de frango, outro vegano de legumes, feitos pela atriz. A dramaturgia, elaborada pela atriz com colaboração da diretora Fernanda Alpino, costura trechos e cenas de autores como David Foster Wallace, Lena Dunham, Woody Allen e textos tirados do diário de Karinne sobre suas aventuras e, sobretudo, desilusões amorosas.

Grandes negócios são fechados durante jantares e almoços. É ao redor da mesa que a família se reúne nos finais de semana para comer e, de quebra, matar a saudade. Os casais celebram o amor em jantares românticos, à luz de velas. E é na cozinha, espremidos entre geladeira, fogão, armários e utensílios, que os amigos gostam de passar o tempo, preparando uma reconfortante refeição enquanto trocam confidências e desabafos. É indiscutível o poder que a comida tem sobre o ser humano.  Munidos dessa premissa o Grupo Liquidificador, no projeto de solos Janta, oferece um jantar para o público e aproveita para tratar de temas íntimos e universais. O jogo é aproximar anfitrião e convidados, como em um jantar comum, para depois distanciá-los, como em um espetáculo convencional de teatro.

Ficha Técnica

Direção e concepção: Fernanda Alpino

Dramaturgia e atuação: Karinne Ribeiro

Iluminação: Ana Quintas

Fotos: Raquel Pellicano (DF) e Pedro Tobias (PA)

Arte Gráfica: Fernanda Alpino

Consultoria culinária: Camila Bastos

Produção e Realização: Grupo Liquidificador

Temporadas:

  • 2015, Agosto, Brasília, DF.

  • 2016, Agosto, Belém, PA. 

Amigos, 

Preciso confessar que existe uma em mim que eu sempre desconheço. Quando ele foi embora (não sei se vocês sabem, mas ele foi embora), eu dei de cara com ela. Me deu vontade de cozinhar.

Não que eu seja uma excelente cozinheira (não é isso!). Mas farei um jantar. Quero que seja lindo, tenho planos ambiciosos. Farei uma piscina de purê de batata com cheiro de verde iluminado para tomarmos um banho confortável sob a luz da nossa solidão delícia. Vai rolar chuva de amor; amor que usarei para temperar.

Quero alimentar a nossa saudade, amigos, e diminuir as nossas distâncias. Faz muito desde a última vez que encontrei alguém por aí. Pô, onde estamos todos nós?

Aguardo vocês com mandingas de sorte atrás da porta. Perdoe-me pela poesia firula. Ando ligeiramente sensível por esses tempos.

Minha janta é um presente-surpresa para vocês. É pra quem quer que precise dela.

K.

CARDÁPIO

- Dips de Cenoura, Pimentão e Pepino com maionese de ervas

- Vinho Tinto, Suco de Laranja e Água

- Escondidinho de Frango e Escondidinho Vegano

- Mousse de Limão

-Café

Apesar dos aperitivos, a atenção sempre se volta à anfitriã, que comanda não somente o forno, mas igualmente a trilha, as trocas, os silêncios. Não à toa, Karinne vem se destacando como uma das mais versáteis intérpretes da capital. Na hora de botar água no feijão, ela não deixa por menos. 

Diego Ponce de Leon para o Correio Braziliense
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